terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Darwin o que é de VEJA...

”O mistério é porque tanta gente ainda reluta em aceitar que o homem é o resultado da evolução”. O Especial “Ave Darwin” de 20 páginas que Veja trouxe, começa com uma exaltação ao feito revolucionário do “patriarca” Darwin, reconhece-o como o criador da maravilhosa “máquina” que gira praticamente todos os campos de atuação da ciência [como se ciência fosse uma empresa que define o certo do errado] e apresenta logo de cara o assunto como paradoxal. Porque paradoxal? Bem, o susto todo está no fato de que apesar de muito culto Darwinista pela “boa mídia” e muita defesa acalorada (darwinlátrica) por parte de alguns cientistas que se autodenominam “ciência”, repare, “Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos” (...). “Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como um herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas idéias ou as veja como pura enganação” - (Veja, 11 de fevereiro, pág 73). Surge então a questão: “...como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica?”- (Veja, pág 73, negrito adicionado). Minha proposta de resposta é: Porque o criacionismo pode ser estudado como ciência da mesma forma que o evolucionismo pode ser estudado como fé filosófica.

Veja dá um show de exemplos que ilustram a “Atualidade da evolução”! ”Espia só”: “DESTAQUE NO GOOGLE – Um mecanismo automático de seleção do serviço de buscas coloca para cima os sites mais procurados” [Ah! Então isso que a seleção natural! Agora entendi!], ou ainda, “O SUCESSO DA FAMÍLIA – Antepassados humanos mais dispostos à vida em família tiveram vantagem competitiva sobre os grupos menos gregários. A união familiar evoluiu para o clã e para a cidade-estado, a primeira manifestação da vida civilizada” [“Não é bom que o homem viva só”, isso eu já sabia... Mas, e aquele negócio de sobrevivência da carga genética? Formar família deveria ser coisa de “espécimes” muito “fracos”, pois a regra era “espalhar” os “gênes”...]

No quadro “O darwinismo explica por que...” encontramos outras velhas “figurinhas” que os evolucionistas teimam em trocar na praça, como por exemplo a história de que o cóccix “...é um indício de que os ancestrais humanos tinham rabo”. O que eles não falam é que o cóccix é um importante apoio para vários músculos do quadril, incluindo os “glúteos maximus”, sem ele o ato de se sentar poderia ser um ritual muito desconfortável. Ou ainda a afirmação de que o apêndice “...indica que algum ancestral nosso era herbívoro”, e para o homem não passa de abrigo de inflamações. O que eles não falam é que até certa idade, este órgão é de grande importância linfática, reforçando imunologicamente a região.

A matéria segue por ilustradíssimas páginas que alteram a surpresa, pelos muitos (excessivos...) criacionistas, a crítica sem base sobre o que pensam os criacionistas e a sempre ativa arte de separar o “joio criacionista” do “trigo evolucionista” através da imposição do pensamento de que “Sabemos que o criacionismo é uma teoria de fé e que o evolucionismo é ciência. Não podemos contrastá-los em sala de aula” - (Dilnei Lorenzi, secretário executivo da Associação Nacional de Educação Católica - Veja, pág 85) “Manda o bom senso que não se misturem ciência e religião” - (Veja, pág 78, negrito adicionado). Quer dizer que falar dos dois lados é falta de bom senso!

Veja ainda separou um “momentinho criacionista” para falar mal das instituições de ensino que optam por dar ao aluno a possibilidade de escolher entre as duas teorias, “A triste novidade é que, na maioria das escolas mantidas por confissões evangélicas, o criacionismo passou a ser ensinado também nas aulas de ciências e de biologia, dividindo espaço com o evolucionismo de Charles Darwin.” – (Veja, pág 84, negrito adicionado). “Ensinar Adão e Eva nas aulas de ciência é treva” – (Veja, subtítulo, pág 88, negrito adicionado). “...é inevitável a sensação de retrocesso quando se vê a multiplicação das tentativas de ensinar Adão e Eva nas aulas de ciências das escolas brasileiras.” – (Veja, pág 91, negrito adicionado).

Mostrando todo seu desconhecimento sobre design inteligente e criacionismo, Veja se apresenta como sempre vendida e em mãos parciais, não dando abertura para o outro lado da moeda. Dizendo-se notícia, prega-se evolução. Se o negócio era preparar a festa de Darwin, o presente está embrulhado! Parabéns Darwin! [RAB]

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