quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O "Scientific" preconceito da "American"

“Os Criacionistas querem idéias religiosas ensinadas como fatos científicos em escolas públicas, e insistem em esconder seus objetivos, sob disfarces cada vez mais elaborados”, começa assim o espaço dedicado para malhar os criacionistas na edição de fevereiro de uma das revistas científicas mais confiáveis nas bancas brasileiras. A Scientific American Brasil dedicou um singelo tributo a Darwin, coisinha pouca pra não parecer “darwinlatria”, 67 páginas. Na onda da “modarwin”, o que não poderia passar por alto também era a “malhação” dos criacionistas, que ganhou seu espaço entre as 67 páginas com título bem carinhoso: “Manobras mais recentes do Criacionismo”.

Sem o mínimo interesse ético e provido do maior preconceito conquistado, tratam o Criacionismo como uma corrente quase guerrilheira, que usa táticas extremamente focadas em destruir a “ciência” e instalar a fé e o retrocesso intelectual. Logo no quadro da primeira página “dedicada” os editores dizem: 1-“Os criacionistas continuam a se movimentar contra o ensino da evolução em escolas públicas, adotando a tática de se ajustar às restrições encontradas pelo camiho.” 2-“As estratégias anteriores incluíam interpretar o criacionismo como uma alternativa possível à evolução e disfarçá-lo sobre o nome de “desenho inteligente”” [Com o preconceito estamos acostumados, senhores editores, mas ignorância é coisa lastimável para uma revista dita ciêntifica. Não conseguem diferenciar “Design Inteligent” de “Criacionismo”...]. 3-”Outra tática representa de forma errônea a evolução como sendo controversa cientificamente e finge que os defensores do criacionismo batalham pela liberdade acadêmica” [Fingimento é o que se faz em escolas e universidades: fecha-se as portas que levariam ao crescimento acadêmico, impede-se a discussão justa de ambas as partes e limita o aluno ao que é absorvido quase que por “osmose” sem lhe permitir o direito de escolha lógica.]. – (quadro azul, pag 82, enumeração adicionada)

A matéria segue cheia de velhos dogmas evolucionistas, como a frase: “a rejeição de uma explicação científica da história da vida.” – (pág 84), que insiste em manter o criacionismo nos âmbitos da fé, dizendo que não existem bases científicas para tal teoria. Porque a Scientific não convidou sequer um especialista no assunto para aclarar melhor a questão aos leitores? O que fizeram não passa de tocar a campainha e sair correndo.

Outra “colaboração”, ao bloqueio do debate, aparece na página 89, um quadro azul com o título:
...O que fazerCaso a controvérsia sobre o ensino da evolução surja em sua região, utilize algumas das ações a seguir: 1- “A solução da discussão depende de pensamento político, ou seja, forme coalisões. Junte-se aos educadores, cientistas, menbros da igreja e outros cidadãos que compartilhem de seus pensamentos para convencer os políticos a não obedecer as propostas criacionistas.” 2- “Lembre-se que o objetivo não é apenas manter o criacionismo fora das aulas de ciências, como também assegurar que a evolução seja ensinada de forma correta – sem rótulos como “apenas uma teoria” ou sem o incorreto “evidência contra a evolução”.” 3- “Esteja pronto a rebater as afirmações de que a evolução é uma teoria em crise; que a evolução é uma ameaça a religião, à moralidade e à sociedade; e que não passa de questão de justiça ensinar os “dois lados” da questão.” 4- “Combine com os defensores da evolução escrever cartas aos editores e editoriais; compareça a encontros de secretarias de educação ou assembéias legislativas; e trabalhe para derrubar votações no dia das eleições.” – (quadro azul, pág 89, enumeração adicionada)

Como se já não fosse escatológico o suficiente todas essas medidas para que não haja o ensino do Criacionismo nas escolas, pelo menos as da rede pública, na última página, longe de qualquer argumento científico tangível, a “Superscientific” apresenta o “futuro” sem a evolução: “Os estudantes que não tiverem a oportunidade de uma compreensão adequada da evolução não conseguirão alcançar o nível básico de conhecimento científico indispensável a trabalhadores, consumidores e aos que estabelecerão políticas em um futuro dominado por preocupações médicas, biotecnológicas e ambientais.” – (pág 89). Você é criacionista? É o fim! [RAB]

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