segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O significado de "espécie" no livro de Gênesis


Quando lemos passagens como esta na Bíblia:


E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi." (Gn. 1:11)

Muitos biólogos cristãos tem se deparado com o dilema do significado real da palavra espécie como visto acima, nesta passagem e em outras do livro de Gênesis e muito tem sido os questionamentos acerca de tal conceito.

Para auxiliar no melhor entendimento desta questão, abaixo seguirão algumas perguntas e suas respectivas respostas, elaborada pelo Dr. James Gibson, Diretor da Geoscience Research Institute e disponível na revista Ciência das Origens n.° 12 de Setembro/2006, traduzida na lingua portuguesa com a colaboração da Sociedade Criacionista Brasileira:

1. O que significa "segundo a sua espécie" no livro de Gênesis?

A palavra hebraica traduzida como "espécie" (ou gênero) é min, que tem o sentido de uma "classe", quando, por exemplo, se divide uma coleção de objetos em diversas categorias. A frase "segundo suas espécies" e outras frases similares são utilizadas em três contextos que se encontram em Gênesis 1, 6, e 7, Levítico 11 e Deuteronômio 14. Podemos ilustrá-los com as seguintes passagens. Em Gênesis 1:21 está escrito que Deus criou os seres "segundo sua espécie". Em Gênesis 6:20, o texto assinala que os animais entraram na arca "segundo sua espécie". Em Levítico 11:14 é mencionado, entre as aves imundas, o milhano "segundo sua espécie".

Nenhum dos textos refere-se de qualquer forma à reprodução, nem especifica se as "espécies" podem ou não mudar. Pelo contrário, vê-se que frases tais como "segundo sua espécie" descrevem uma diversidade que abrange em um só termo animais tais como os grandes montros marinhos, animais terrestres, milhanos, etc. Por exemplo, em Gênesis 1:21 fala-se dos grandes montros marinhos "segundo sua espécie". O texto bem poderia ser traduzido como "toda espécie de criaturas que vivem na água".


2. A palavra "espécies" indica que as espécies criadas não poderiam mudar?

Não. Realmente, a Bíblia prediz que as espécies seriam alteradas. Um dos resultados do pecado foi a maldição sobre as plantas, que passaram a produzir espinhos e cardos. Como poderiam estes fazer parte da maldição, se espinhos e cardos tivessem feito parte da criação original?

Essa menção revela que as plantas mudaram. Da mesma forma, a maldição sobre a serpente mostra que os animais também podem mudar. Como poderia o arrastar-se sobre o pó ser uma maldição, se a serpente tivesse sido criada dessa forma?

Isaías 65:25 indica que o plano de Deus não é que os lobos comam as ovelhas, nem que os leões sejam predadores, mas sim que toda a criação viva em harmonia pacífica. A existência de parasitas e aves que não podem voar mostra que as espécies podem mudar.


3. Podem as espécies mudar tanto a ponto de produzir outras espécies?


A Bíblia não fala sobre esse tema, mas isso pode ser explorado empiricamente. Em primeiro lugar, devemos definir o que é uma "espécie". A definição mais comum do termo refere-se a um:



Grupo de populações que tem a capacidade ou a possibilidade de cruzarem-se entre si".

Existem muitos exemplos de populações que praticamente não podem ser diferenciadas como espécies distintas e, no entanto, não se cruzam mais. Por exemplo, o musaranho europeu, um mamífero pequeno, tem numerosos variantes muito semelhantes, mas os estudos revelaram grande número de populações que não se cruzam entre si. Tais populações são classificadas como espécies diferentes, embora não possam ser distinguidas a não ser por um especialista. Esses exemplos indicam que novas espécies tem surgido.




Figura 1 - Mussaranho-elefante (Elephantulus intufi).


Outras evidências do surgimento de novas espécies são dadas pelas espécies que pertencem a uma região pequena e singular [habitats fragmentados]. Isso se nota especialmente em ilhas. Muitas ilhas contêm espécies que são únicas. Entre os exemplos mais comuns podemos mencionar a iguana marinha das ilhas de Galápagos, o tentilhão havaiano e o porco-babirussa das ilhas Célebes.




Figura 2 - Iguana-marinha (Amblyrhynchus cristatus) das ilhas Galápagos.


Em todos os casos, a explicação mais razoável para esse fenômeno de restrição geográfica é que essas espécies mudaram isoladamente a partir das colônização original de um ancestral que seria classificado como uma espécie diferente.

4. Isso significa que o texto diz que as espécies podem mudar ilimitadamente como propõe o evolucionismo?

Não. O texto exprime com clareza que Deus criou a diversidade desde o princípio. A diversidade faz parte da criação original, tendo ocorrido diversificações posteriores. Existem muitas linhagens criadas de maneira independente, algumas das quais podem conter somente uma ou umas poucas espécies, enquanto outras contam com numerosas espécies. (Uma "linhagem" abrange uma "espécie" criada originalmente, juntalmente com todos os seus descendentes".


5. Podemos utilizar alguma categoria taxonômica para identificar as linhagens criadas?

Não. As categorias taxonômicas são construídas de maneira subjetiva, segundo a conveniência dos taxonomistas. Não existe uma relação direta entre uma categoria taxonômica e as linhagens originais. A identificação dos membros das diversas linhagens é um dos objetivos das pesquisas criacionistas.
(As passagens citadas são da versão Almeida Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil).

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NOTA(Huggo Hoffman):

A taxonomia vigente é a proposta e elaborada por Linneu (Carl Von Linné) no século XVIII, que muito contribuiu para a organização dos seres vivos, facilitando a pesquisa científica e a padronização mundial dos organismos estudados. Todavia, com o advento da Biologia Molecular tem-se percebido a subjetividade da taxonomia que, até então, era praticada apenas com base na morfologia dos seres.

Prova disto temos os FUNGOS, onde a grande dificuldade na identificação/classificação está associada ao fato de que a taxonomia deste grupo envolve classificações de taxóns baseados pura e simplesmente em aspectos morfológicos, dos quais podemos aplicar as chaves de identificação.

Em muitos casos, muitos taxonomistas tem dificuldades para determinar quais são as características que realmente definem um gênero ou uma espécie. Para complicar a situação dos micologistas, existem as fases anamórficas (assexuadas) e teleomórficas (sexuadas) que morfologicamente são distintas, e por isso assim classificadas, apresentando capacidades genéticas distintas de compartilhar material genético, mas genotipicamente, a Biologia Molecular tem demonstrado que são de uma mesma espécie.

Assim, percebe-se que é razoavelmente plausível aceitar que Deus criou todos os seres vivos do planeta, não da mesma forma do que vemos hoje, mas sim em formas ancestrais de grupos que possuíram a capacidade de se adaptarem no meio ambiente. Aceitar a Teoria da Criação não implica, necessariamente, aceitar ao Fixismo, como defendem erroneamente alguns Evolucionistas.

É razoável aceitar que um Deus que tem poder para criar todas os seres vivos da Terra, com tamanha complexidade e perfeição, pudesse também elaborar mecanismos que promovessem o desenvolvimento biológico natural das espécies que Ele mesmo criou.

(Ciencia da Criação)

3 comentários:

Monokuani disse...

Eu achei tanta mentira

Ricardo disse...

Perfeito

Unknown disse...

O que eu acho interessante é que na Bíblia quando ela se refere a animais, plantas ela fala "segundo a sua espécie". Mas quando se refere ao Homem ela diz a "nossa imagem e semelhança".

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