domingo, 18 de maio de 2008

Missão Radical no Ar



Entrevista com o piloto missionário Avelino Luz
Por: Sinara Costa Álvares Silva


E será pregado esse evangelho por todo o mundo, para testemunho de todas as nações, e então virá o fim” (Mat. 24:14). Esse é o lema dos pilotos-missionários que usam suas habilidades para ajudar pessoas em locais distantes. Avelino Luz, 24, faz parte desse grupo há quatro anos e encontrou na aviação missionária um modo de unir sua fé ao sonho de voar. No sábado, dia 17 de maio, esteve na igreja adventista central de Cuiabá, onde participou do JA, programa jovem, em que contou algumas das muitas histórias que já colecionou nesse período. Para quem nunca acreditou em milagres, ser um piloto missionário foi a melhor maneira de passar a acreditar. A seguir a entrevista concedida à nossa equipe.

(ComuniqueJA)- Há quantos anos você é adventista?

(Avelino)- Sou adventista desde o dia 16 de junho de 2004. Conheci a mensagem adventista através de um amigo, em Piranhas (GO). Depois que me formei piloto vim pra Primavera (MT) e fui pra igreja por causa de uma namorada. Depois conhecei o Eder, marido da Deise (membros da central de Cuiabá), eles me deram estudo bíblico, explicaram sobre o sábado e então resolvi me batizar. Quando me batizei já tinha quase um ano que ia à igreja. Foi um momento de transformação.

(ComuniqueJA)- Quando começou a pilotar?

(Avelino)- Esse sempre foi meu sonho. Minha mãe teve uma gravidez muito complicada e morávamos numa cidade pequena chamada Luciara, norte de Mato grosso, e a união da força aérea foi buscar minha mãe para que eu nascesse em Brasília. No meio da viagem o motor do lado direito pegou fogo, mas o piloto foi bom e conseguiu fazer um pouso de emergência. Essa historia, contada pela minha mãe, me deixou fascinado ao invés de me trazer medo. Quando terminei o 2º grau vim fazer o curso aqui em Várzea Grande.

(ComuniqueJA)- Quando surgiu a oportunidade de ser um piloto missionário?

(Avelino)- Tudo aconteceu de repente. Para mim, voar de graça era uma loucura, nunca tive vontade de ser um missionário, até que a Deise me mostrou um DVD sobre aviação missionária e então resolvi que era isso que eu queria.

(ComuniqueJA)- Em que organização você trabalha?

(Avelino)- Trabalho em uma organização chamada GMI (Gospel Ministry International). Voou na América latina. Mas isso é só uma parte do mundo. Têm pilotos em outras partes, como na áfrica Oceania e Ásia. Fui transferido para áfrica e se Deus quiser quero chegar à Coréia do Norte, Lugar onde a mensagem de Deus ainda não entrou.

(ComuniqueJA)- Como funciona essa organização?

(Avelino)- A GMI é voltada para o evangelismo. O pastor que fundou essa associação acredita que Jesus só vai voltar quando a última pessoa do mundo souber. Começou com televisão, temos hoje 14 televisões ao redor do mundo. É um trabalho independente da igreja em questões financeiras, se sustenta por doações. A nossa linha de pensamento é que não dependemos de homens e sim de Deus. Por exemplo, a primeira TV comprada pela GMI, foi uma TV na Bolívia de 1,4 milhões de dólares. Até o dia que foi fechado o contrato não tinha um centavo na conta. Através de orações conseguimos o dinheiro.

(ComuniqueJA)- Em quais países você já trabalhou?

(Avelino)- Trabalhei na Bolívia Colômbia, Venezuela, Guiana Inglesa, Trinidad Tobago, Granada, Peru, Jamaica, Cuba, e EUA. Eu ia numa cidade chamada Loma Linda, EUA, pegar enfermeiros e deixar nas vilas do projeto.

(ComuniqueJA)- O que faz um piloto missionário?

(Avelino)- A minha ultima função é voar. A parte principal do meu trabalho é evangelização. Lá tive a oportunidade de usar todas as minhas habilidades. Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Na Guiana Inglesa, concertei motor de carro, fiz instalações elétricas, ensinei crianças a plantarem e fui também professor de matemática e física. A missão é também levar alimentos e junto com a comida o amor de Deus. Sem placa de igreja.

(ComuniqueJA)- Qual foi sua melhor experiência e a mais difícil?

(Avelino)- O momento mais difícil pra mim foi a adaptação ao estilo do cristianismo, e também a reforma alimentar, mesmo depois de batizado eu vivia no mundo. Depois que parei de comer carne minha mente ficou mais aberta pra Deus. O momento de mais experiência intima com Deus, foi em um voou que tive que fazer sem gasolina. Eu nunca acreditei em Milagres, nunca fui um cristão de verdade, nunca tinha acreditado em Deus antes, mas nesse dia, cheguei ao ponto de ouvir a voz de Deus. No momento eu confiei e senti uma paz muito grande no coração. Uma paz tão grande que senti que mesmo morrendo estaria salvo.

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